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quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Fazer acontecer

Todas as manhãs nos parecem iguais. Há variações estacionais que podem trazer muita luz, o cinza do céu carrancudo dos dias nublados, o frio intenso do inverno etc.

Mas a nossa missão, enquanto profissionais, não pode nem deve depender de variações estacionais.

Postos a caminho das nossas obrigações, deparamo-nos com a frieza, ainda que bonita, em muitas situações, dos lugares que nos estreitam e nos vigiam enquanto nos transportamos ou somos transportados.

Nosso humor, bom ou mau, vai conosco. Ele sabe quando, como e onde atacar. Sabe, também, que não tem liberdade incondicionada de ação, que deverá conter-se ao primeiro comando, sob pena de ser aprisionado e até eliminado. Será que conseguimos viver sem ele?

Os indiferentes são os que não tem humor? Ou será que os indiferentes não têm alma, por isso não têm humor? Qual a diferença dos indiferentes?

Bem, enquanto nos lançamos em mais uma reflexão é bom que deixemos nosso humor de sobreaviso, pois poderemos vê-lo em ação dependendo do que vier pela frente.

Já em plena atividade, travamos conosco uma guerra onde tentamos vencer tudo o que temos para fazer, num período determinado, sem deixarmos de lado todas as idéias que, certamente, vão nos visitar e nos provocar a olharmos só para elas.

Mas o que isso quer dizer? Não devemos deixar que as idéias nos provoquem?

Infelizes daqueles que se mantiverem com essa postura medrosa, pequena, improdutiva.

Cada ato nosso, durante a vida, é comandado pela nossa capacidade de compreensão, capacidade esta que é alimentada pela observação, simples observação do cotidiano.

Aqueles caminhos que nos estreitam e nos vigiam, fornecem gratuitamente, se bem observados, dados e informações preciosas que farão com que o nosso dia, e até a nossa vida, não seja mais a mesma.

Assistir ou ser vítima de um assalto faz com que refinemos o nosso sentido de prevenção ou segurança.

Observar uma pessoa bonita ou feia faz com que refinemos nossos valores estéticos.

Todos estes lances, instintivos, quase que inconscientes, mecânicos, estão acrescentando, edificando à nossa figura toda a sustentação que precisamos para vencer, para fazer acontecer.

O grande problema é conseguirmos identificar tudo isso no momento em que ocorre, para, numa fração de segundos, armazenarmos no lugar certo e podermos usar quando for preciso.

Freqüentemente presenciamos ou somos parte de situações de fácil resolução, mas que nos derrubam no primeiro golpe por falta de experiência ou de experimentação.

A experimentação pode ser empírica (prática) ou científica. É claro que não saímos por aí fazendo experiências científicas. Mas, fazemos e somos experimentados a todo momento. Você não comete erros no trânsito? Não se perde a caminho de algum lugar? Isso é experimentação empírica. E porque não usamos tudo isso no nosso dia-a-dia?

Se detestamos fila, porque fazemos com que as pessoas nos esperem? Se temos medo de morrer , porque matamos outras pessoas ou até a nós mesmos? Se reclamamos da poluição, porque fumamos, aceleramos carros e jogamos lixo nas ruas, entre outras imbecilidades?

Façamos um balanço, naqueles mesmos caminhos que nos estreitam e nos vigiam, já de volta, cansados e felizes, descansados e decepcionados, indiferentes, de bom humor, experimentados etc, daquilo que nos cercou, das idéias e experiências que tivemos, e, ao nos colocarmos em posição de descanso, pensarmos e prometermos a nós mesmos, que se não conseguimos hoje, amanhã vamos vencer, vamos fazer acontecer.

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